
As cirurgias convencionais da coluna são geralmente de grande porte, com uma recuperação lenta e exigente até o retorno pleno das atividades diárias. Alguns procedimentos como as infiltrações e rizotomias têm uma recuperação mais simples, com repouso orientado conforme a necessidade, geralmente de 2 a 5 dias. Cirurgias menores como a ressecção de hérnia de disco apresentam uma recuperação mais rápida, ao redor de 1 a 2 meses, entretanto processos como a artrodese podem levar de 4 a 6 meses até se completarem, sendo fundamental a colaboração e o respeito aos cuidados indicados pela equipe médica que o acompanha nesse período.
Os fisioterapeutas da Clínica Pinheiro Franco têm grande experiência e conhecimento clínico na reabilitação do aparelho locomotor de pacientes que foram submetidos a cirurgias na coluna cervical e na coluna lombar.
O Método RECONNECT de reabilitação pós-cirúrgica da Clínica Pinheiro Franco é um programa reabilitação que tem duração total de 2 a 6 meses em cirurgias sem comprometimento neurológico e de até 12 meses se houver comprometimento neurológico associado.
O programa se inicia em média após 2 semanas de pós-operatório para pessoas sedentárias e após 72 horas para atletas.
É um programa dividido em fases, incluindo laserterapia para auxiliar o processo de cicatrização, estabilização vertebral, fortalecimento muscular, Mat Pilates, exercícios aeróbios sem impacto e treino proprioceptivo, entre outros. Após o término do programa de reabilitação, o paciente realiza uma avaliação funcional da coluna vertebral para observação de déficits musculares ou confirmação de alta clínica.

Como é o Método RECONNECT de reabilitação pós-cirúrgica na prática?
O Método RECONNECT de reabilitação pós-cirúrgica consiste em buscar o alinhamento e reequilíbrio do corpo. Para isso, a reabilitação será feita em etapas:
RECONNECT I:
Compreende o período que vai de 1 a 5 dias após a cirurgia (internado) até 6 semanas. A maioria dos pacientes é encaminhada para fisioterapia entre 3 e 15 dias após a alta hospitalar.
- O gerenciamento da fisioterapia durante esta fase consiste em ensinar aos pacientes a maneira correta de se deitar e de levantar da cama, vestir-se e realizar outras atividades de autocuidado, além de caminhar. Eventualmente, para casos mais graves de lesão da coluna e nervos que requiseram cirurgia, pode ser necessário o auxílio de um andador nos primeiros dias;
- A coordenação da realização de exercícios leves para os músculos estabilizadores da coluna e contrações do assoalho pélvico é feita para começar a praticá-las em diferentes posições;
- O paciente e sua família devem deixar o hospital com uma compreensão dos cuidados domiciliares necessários até iniciar a fisioterapia na clínica.
Critérios para progressão:
1. Dor e inchaço dentro dos limites normais;
2. Adesão do paciente ao programa de exercícios em casa;
3. Tolerância de 15 minutos de exercício e 15-20 minutos de exercício cardiovascular, como caminhada por exemplo;
4. Atividades funcionais da vida diária para o autocuidado.
RECONNECT II:
Compreende o período de 6 a 10 semanas após a cirurgia;
- Os pacientes devem começar a aproximar-se das atividades de vida diária com a supervisão controlada do fisioterapeuta;
- Os pacientes devem ter uma rotina de exercícios leves, por até 30 minutos por dia, pelo menos 5 dias por semana;
- Inicia-se um programa de treinamento com pesos leves, evitando exercícios que sobrecarreguem a região operada;
- Nessa fase ainda há restrição de tarefas e movimentos.
Metas:
- Fazer com que o paciente consiga uma boa postura corporal durante as atividades mais simples da vida diária;
- Proteger o local da cirurgia contra infecções e estresse mecânico;
- Mobilidade da raiz nervosa nos níveis da coluna envolvidos na cirurgia;
- Controlar a dor e a inflamação;
- Iniciar um programa de estabilização da musculatura do tronco e recondicionamento das funções cardiorrespiratórias;
- Melhorar a mobilidade das cicatrizes e dos tecidos moles circundantes à cirurgia;
- Trabalhar relaxamento muscular para evitar pontos de tensão, que podem atrasar o processo de reabilitação do paciente.
Educação em mecânica corporal:
Trabalhar com os pacientes temas relacionados com a educação dos movimentos corporais:
- Mobilidade na cama;
- Empurrar e puxar objetos;
- Levantar e carregar objetos.
Manejo da dor
Apesar dos avanços no tratamento da dor no pós-operatório, um grande número de pacientes ainda sofre após cirurgia da coluna vertebral e essa dor pode aumentar a incidência de complicações nesse período, como também causar retardo da reabilitação. O manejo da dor será conduzido tanto pela equipe de cirurgiões quanto pelos fisioterapeutas da Clínica Pinheiro Franco, e consiste em:
- Medicamentos prescritos, quando necessários;
- Termoterapia com calor ou frio, de acordo com o perfil do paciente;
- Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) tanto na clínica quanto em casa.
Critérios para progressão:
1. Dor dentro dos limites normais;
2. Adesão do paciente ao programa de exercícios em casa;
3. Tolerância de 30 minutos de exercício e 20-30 minutos de exercício cardiovascular, como caminhada por exemplo;
4. Atividades funcionais da vida diária.
RECONNECT III:
Compreende o período de 11 a 19 semanas após a cirurgia.
Metas:
Nessa fase os objetivos com o paciente são:
- Voltar ao trabalho;
- Continuar a avançar / progredir no programa de exercícios;
- Iniciar programa de treinamento de resistência;
- Realizar um programa de exercícios em casa moderadamente intenso;
- Executar exercícios mais intensos de fortalecimento muscular;
- Manter a recomendação de não realizar tarefas complexas de levantamento de peso;
- Nesta fase, a expectativa é que a dor continue a diminuir.
Critérios para progressão:
1. Dor dentro dos limites normais;
2. Adesão do paciente ao programa de exercícios em casa;
3. Tolerância de 60 minutos de exercício e 30-40 minutos de exercício cardiovascular, como caminhada por exemplo;
4. Atividades funcionais da vida diária e laborativa.
RECONNECT IV:
- Compreende o período de 20 semanas a 1 ano após a cirurgia
Metas:
- Restaurar as funções e capacidades físicas do paciente;
- Dar continuidade ao programa de condicionamento físico;
- Auxiliar a transição para um programa de condicionamento físico em academias e clubes;
- Dar continuidade ao programa de educação e mobilidade do paciente para que ele tenha uma boa compreensão não apenas da importância dos exercícios na sua vida, mas como praticá-lo com segurança;
Nas etapas mais avançadas dessa fase, e com autorização do cirurgião, o paciente pode dar início a um programa de treinamento para o esporte, como correr por exemplo.