É um meio de diagnóstico, tratamento e cura que se utiliza de recursos manuais para interferir na estrutura e função do organismo com o objetivo de melhorar a saúde. A osteopatia acredita que a doença e/ou a dor se instala devido a disfunções nas estruturas músculo-esqueléticas (músculos, ligamentos, fáscias e articulações) e o próprio organismo tem uma capacidade de se “auto curar”.
A osteopatia ajuda o corpo a se recuperar e buscar o seu equilíbrio onde, através de uma avaliação, determinam-se as regiões que estão com mobilidade alterada. Uma menor mobilidade está relacionada a diversos fatores como encurtamentos musculares, contraturas, e posturas estáticas (como por exemplo: para dirigir, trabalhar) e/ou dinâmicas, como na corrida (no caso de correr com o joelho mais pra dentro, ou rodando o tronco para o lado, por exemplo).
Uma menor mobilidade em certa região poderá ser compensada por uma maior mobilidade em outras regiões. Por suas relações anatômicas e fisiológicas, sabe-se que o corpo trabalha em conjunto, então, para tratar uma dor no joelho, avaliam-se também estruturas que podem estar interferindo nesta região como, por exemplo, a região lombar, de onde saem nervos e músculos que podem interferir com as funções exercidas pelo joelho. Pode-se pensar então: “mas eu tenho dor no joelho e nunca tive dor lombar”.
Algum incômodo na lombar pode ou não se manifestar, é comum que não se manifeste o que chamamos de “lesão oculta”, e enquanto a musculatura da lombar estiver mais contraturada, ou uma vértebra estiver rodada, por exemplo, a dor no joelho tende a ir e voltar.
É importante determinar essas regiões para entender da onde vêm as dores e/ou lesões, e assim tratar sua causa (nesse caso vindo da lombar) e consequência (dor no joelho). O trabalho preventivo consiste em definir e tratar as áreas que estão com mobilidade alterada para que não sobrecarreguem outras regiões- o que gera dor.
Apesar da Osteopatia enxergar o corpo como um todo e acreditar que é justamente esta visão que a caracteriza além de ser fundamental na recuperação dos pacientes, podemos dividi-la em 3 grupos: osteopatia craniana, visceral e estrutural.
Osteopatia craniana
Se relaciona principalmente com o sistema neurovegetativo, nervos cranianos e o livre trânsito de informações neurológicas por toda a extensão da coluna vertebral (o que chamamos de eixo central), até o sistema nervoso central (cérebro, tronco cerebral e cerebelo). Todos os sistemas reguladores do corpo dependem desta integridade de informações.
Os principais focos a serem tratados são: o sacro (pela relação com a duramáter – mecanismo crânio-sacro), as fáscias presentes na base do crânio, a saída dos pares cranianos pelos forames cranianos e as aderências medulares.
Basicamente são utilizadas as técnicas funcionais que, apesar de suaves, produzem efeitos importantes como demonstra a pesquisa realizada pelo médico e osteopata russo Dr. Yuri Moskalenko que conseguiu quantificar por meio de barorrecepetores intracranianos em pacientes com trauma crânio-encefálico, a diminuição da pressão intracraniana após os procedimentos osteopáticos.
Tem como principais indicações os seguintes sintomas: cefaléias e enxaquecas; distúrbios visuais e auditivos; disfunções da articulação têmporo-mandibular; distúrbios de deglutição; alterações digestivas (pela inervação do nervo vago); alterações vestibulares; alergias; rinites e sinusites; otites; dores crônicas.
Osteopatia visceral
Está voltada para o bom funcionamento sistêmico do corpo, ou seja, lida com as relações entre as vísceras, sistema nervoso central e o sistema estrutural. Tem como principal foco de tratamento as alterações viscerais e sistêmicas. As técnicas podem ser realizadas diretamente sobre as vísceras, fáscias que as sustentam e/ou reflexamente através da estimulação e normalização dos centros simpáticos e parassimpáticos
Na visão osteopática essas alterações viscerais podem ter origem simpática, parassimpática, hormonal, restrição tecidual e diminuição do líquido seroso presente na cavidade abdominal.
Os principais efeitos da manipulação visceral são: eliminação do espasmo reflexo da musculatura lisa do trato visceral; estiramento das fáscias com o fim de liberar as aderências e dar elasticidade e liberdade de movimento; aumento da vascularização local, suprimindo o angioespasmo; supressão do arco reflexo nociceptivo, neurovegetativo ocal que agrava ou mantém a facilitação medular.
Os principais sintomas com indicação de tratamento por osteopatia são: hérnia de hiato; ptoses viscerais; asma brônquica; pneumonia; constipação intestinal; distúrbios hepatobiliares; alterações cardíacas; distúrbios renais; alterações do ciclo menstrual; síndrome pré-menstrual; alterações hormonais; queda da imunidade; patologias sistêmicas de origem visceral.
Osteopatia estrutural
Está relacionada às disfunções do sistema músculo-esquelético e tem como principal foco de trabalho as dores do corpo. Atua desta forma principalmente nos tecidos: ligamentar, muscular, tendíneo, articular, nervoso e fascial.
Para atuar sobre os tecidos que estejam em disfunção (com restrição de sua mobilidade) pode valer-se de um grande número de técnicas com repercussões distintas sobre cada tecido: stretching (muscular); pompagem (ligamentar e vascular); miotensiva (muscular); articulatória (ligamentar e muscular); inibição (muscular); thrust (ligamentar, muscular, capsular e vascular); pontos gatilho (muscular); técnicas funcionais (fáscias) e técnicas neuromusculares (muscular, vascular e fascial).